A presidente da República, Dilma Rousseff, em pronunciamento realizado em cadeia nacional, na sexta-feira passada declarou:
"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação."
Não gosto de criticar a presidente Dilma, porém não é bem assim o que realmente ocorre, pois há sim dinheiro federal em obras de estádios da Copa de 2014. E não é pouco. Somados os incentivos fiscais, subsídios em empréstimos e até participação em arenas, a União já comprometeu cerca de R$ 1,1 bilhão com os locais para jogos do Mundial.
Os empréstimos para as obras das arenas foram concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros subsidiados, ou seja, mais baixos que o normal. Para facilitar a construção dos estádios e outras obras para o Mundial, o banco estatal abriu mão de R$ 189 milhões, valor que poderia ser aplicado em outros financiamentos para outros projetos. Este cálculo foi feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), um órgão que tem credibilidade e responsabilidade sobre o que informa. Além disso o TCU também já identificou que as isenções de impostos federais concedidas pelo governo às construtoras responsáveis pelas obras dos estádios da Copa somam R$ 329 milhões.
A própria FIFA ganhou uma isenção fiscal de R$ 558,83 milhões para realizar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O valor do benefício diz respeito só a impostos federais que a entidade máxima do futebol deixou e deixará de pagar até 2015, e foi estimado pela Receita Federal. Além da garantia de isenção de impostos, o governo assumiu o compromisso de conceder vistos de entrada no país a organizadores e espectadores da Copa, dar segurança a eles, proteger as marcas da Fifa e de seus patrocinadores, entre outras coisas. Boa parte dessas medidas está prevista na Lei Geral da Copa, sancionada pela presidente Dilma Rousseff neste ano.
Com esses direitos garantidos e os benefícios fiscais aprovados, a FIFA deve realizar no Brasil a Copa do Mundo mais lucrativa da história. A entidade espera que o evento gere um faturamento de 3,8 bilhões de dólares (R$ 7,6 bilhões). Isso é 600 milhões de dólares (R$ 1,2 bilhão) a mais do que a receita gerada na Copa de 2010, na África do Sul, e quase o triplo da receita da Copa de 2006, na Alemanha.
De acordo com o balanço da FIFA referente ao ano de 2011, a Copa do Mundo de 2014 já rendeu um faturamento de cerca de R$ 1,6 bilhão para a entidade. Só de lucro a Fifa teve no ano passado aproximadamente R$ 68 milhões.
Enquanto a FIFA lucra muito, somos nós brasileiros que pagamos a conta e o pior de tudo é que ainda temos que assistir a presidente Dilma em cadeia nacional dizer que o governo não colocou dinheiro público nos Estádios da Copa. Infelizmente muito dinheiro público e muito suor dos contribuintes foram colocados nestes Estádios que sediarão a Copa, negar isso demonstra desconhecimento.
Marcadores: Governo
Postado por J.V.
as 20:30
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